quarta-feira, 26 de outubro de 2011


      Reinhardt e seus multiplos espaço    
Nascido um Baden,Áustria em 1873 estreou  nos palcos como ator em 1892 e como diretor  em 1900 no Deutsches theter de Berlim, ocupa um lugar de grande importância na área de atuação este século, já em 1905 alcançaria um dos seus grandes êxitos como  diretor , justamente com sonho de uma noite de verão, texto que viria produzir novamente muitas vezes. Como diretor dirigiu mais mais de 250 produções e suas participações como ator, produtor e supervisões chegam a somar mais de 2 mil. Passou pela escola naturalista mas não hesitou quando teve que buscar novas estéticas para seus trabalhos, como será visto adiante.
O fato de não ser tão reconhecido como Constantin Stanilaviski, seu contemporâneo, mesmo diante de uma produção esmagadora maior que a de stanislavisk  se deva ao seu brilho ter sido ofuscado por stanislavski que que alinhou ao seu bom senso artístico a uma metodologia  de trabalho e a registrou em livros estudados em mais de 90 % de escolas de teatro pelo mundo.
A arte tem muitos papéis e muitas funções, se formos pensar em como o artista se sente em relação aquilo que produz podemos dizer que é ou poderia ser uma visão bastante peculiar. Podemos dizer também que a visão que os críticos tem pode ser bem diferente assim como o público ou quem consome pode ter várias maneiras ou abordagens que vão desde o simples entretenimento até relações mais significativas. Lendo o texto sobre este encenador fiquei pensando até onde vai a capacidade que a arte tem através de seus criadores de reinventar-se. Ele começou no inicio do século xx sua empreitada e foi muitas coisas, dono de teatro, produtor, ator, administrador, diretor... Enfim foi muitas coisas, mas dadas as condições em que o mundo se encontrava naquele momento foi um alento, nestas horas em que as pessoas estão em uma situação de desesperança a arte tem sido uma das únicas formas de mitigar este sofrimento. Outra faceta deste encenador foi a maneira como ele introduziu várias novidades, entre elas os atores se misturarem com o público, também a maneira que o encenador vê o espetáculo ou seja com uma visão cartesiana, vendo o todo em partes e a partir delas trabalhando cada item para depois reuni-las novamente e apresentar o conjunto. Seu enfrentamento com o regime totalitário mostra mais uma dificuldade que a arte tem enfrentado através dos tempos. Mas talvez o melhor deste encenador tenha sido a sua vontade de fazer coisas novas trazer para o espetáculo outros componentes. Assim como uma visão do espetáculo como um fim. Também como uma maneira de ganhar dinheiro, uma espécie de teatro de resultados. Teatro este  que entra assim em uma espécie de indústria cultural. Mais próximo do que temos hoje. Só que estamos falando do inicio do século XX, nessa época não existia quase nada do que entendemos como indústria cultural. O cinema engatinhava, a televisão não existia, o rádio também estava nascendo, e o teatro estava esperando que o renovassem, é aí que ele aparece, um encenador atuando em todos os processos de produção.