Reinhardt e seus multiplos
espaço
Nascido um Baden,Áustria em
1873 estreou nos palcos como ator em
1892 e como diretor em 1900 no Deutsches
theter de Berlim, ocupa um lugar de grande importância na área de atuação este
século, já em 1905 alcançaria um dos seus grandes êxitos como diretor , justamente com sonho de uma noite
de verão, texto que viria produzir novamente muitas vezes. Como diretor dirigiu
mais mais de 250 produções e suas participações como ator, produtor e supervisões
chegam a somar mais de 2 mil. Passou pela escola naturalista mas não hesitou
quando teve que buscar novas estéticas para seus trabalhos, como será visto
adiante.
O fato de não ser tão
reconhecido como Constantin Stanilaviski, seu contemporâneo, mesmo diante de
uma produção esmagadora maior que a de stanislavisk se deva ao seu brilho ter sido ofuscado por
stanislavski que que alinhou ao seu bom senso artístico a uma metodologia de trabalho e a registrou em livros estudados
em mais de 90 % de escolas de teatro pelo mundo.
A arte tem muitos papéis e
muitas funções, se formos pensar em como o artista se sente em relação aquilo
que produz podemos dizer que é ou poderia ser uma visão bastante peculiar.
Podemos dizer também que a visão que os críticos tem pode ser bem diferente
assim como o público ou quem consome pode ter várias maneiras ou abordagens que
vão desde o simples entretenimento até relações mais significativas. Lendo o
texto sobre este encenador fiquei pensando até onde vai a capacidade que a arte
tem através de seus criadores de reinventar-se. Ele começou no inicio do século
xx sua empreitada e foi muitas coisas, dono de teatro, produtor, ator, administrador,
diretor... Enfim foi muitas coisas, mas dadas as condições em que o mundo se
encontrava naquele momento foi um alento, nestas horas em que as pessoas estão
em uma situação de desesperança a arte tem sido uma das únicas formas de
mitigar este sofrimento. Outra faceta deste encenador foi a maneira como ele
introduziu várias novidades, entre elas os atores se misturarem com o público,
também a maneira que o encenador vê o espetáculo ou seja com uma visão
cartesiana, vendo o todo em partes e a partir delas trabalhando cada item para
depois reuni-las novamente e apresentar o conjunto. Seu enfrentamento com o
regime totalitário mostra mais uma dificuldade que a arte tem enfrentado
através dos tempos. Mas talvez o melhor deste encenador tenha sido a sua
vontade de fazer coisas novas trazer para o espetáculo outros componentes.
Assim como uma visão do espetáculo como um fim. Também como uma maneira de
ganhar dinheiro, uma espécie de teatro de resultados. Teatro este que entra assim em uma espécie de indústria
cultural. Mais próximo do que temos hoje. Só que estamos falando do inicio do
século XX, nessa época não existia quase nada do que entendemos como indústria
cultural. O cinema engatinhava, a televisão não existia, o rádio também estava
nascendo, e o teatro estava esperando que o renovassem, é aí que ele aparece,
um encenador atuando em todos os processos de produção.